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Renortemos à casa do Pai

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Nathalia Simione dos Santos e Silva

Lucas 15: 1 – 32

O texto de hoje é baseado na parábola do Filho Pródigo. Jesus, como o grande instrutor que foi, ao instruir as pessoas sobre o Reino de seu Pai, durante seu ministério na Terra, preocupou-se em transmitir as informações do modo mais simples possível, pois, ao seu redor, havia pessoas singelas, assim como pessoas de instrução. Para ajudar na compreensão da mensagem, Jesus usou a “parábola”, que é uma história curta, usada para transmitir uma mensagem moral ou espiritual. Uma de suas características distintivas é usar exemplos ou situações comuns do cotidiano das pessoas, para ilustrar uma verdade mais profunda. Elas (as parábolas) muitas vezes envolvem personagens comuns que são facilmente identificáveis ou situações familiares aos ouvintes, para que facilite a identificação com a história e contribua para o entendimento da mensagem que ela contém.

 

Jesus demonstrou muita sensibilidade e, como amoroso instrutor, empregou em seu ministério a parábola para ensinar lições ou princípios espirituais em uma linguagem simples e acessível. De fácil compreensão, a parábola ajuda no entendimento da mensagem, pois estimula os ouvintes a refletir e considerar novas maneiras de pensar e agir.

Mas, por que falar dessa parábola? Que mensagem poderia ter para mim? Provavelmente você deve se perguntar.

Essa história serve tanto a você que se afastou da casa do Pai Celestial, quanto a você que continua frequentando.

 

O Filho Pródigo é uma história de amor, arrependimento e acolhimento. É a história de um pai de dois filhos, que permite que seu filho mais novo saia da segurança do lar e vá viver a vida do modo como bem quiser. Esse filho, em posse de sua parte da herança, vai em direção a uma terra distante. Note que o filho mais novo pede sua herança. Não aguarda herdar. Pede para poder exercer a sua independência e gastá-la como bem lhe aprouver.

 

Pouco tempo depois, o filho mais novo juntou suas coisas e viajou a um país distante, onde esbanjou os seus bens, vivendo uma vida de licenciosidade. Em vez de ficar na segurança do lar, sob a proteção e os cuidados do seu pai, o filho mais novo preferiu ir embora para outro país, desperdiçar sua herança em uma vida hedonista e de esbórnia.

 

Todavia, decisões têm consequências que podem ser desastrosas quando mal tomadas. Sem sabedoria e discernimento na tomada de escolhas, os resultados podem ter desfechos complicados e difíceis.

 

Com a vida “pródiga” que teve na terra distante, levando a vida extravagante, gastando dinheiro de maneira irresponsável e vivendo de forma desperdiçada, sem a correta administração, o capital findou. Vendo-se em apuros financeiros devido a vida de esbanjamento, as dificuldades se iniciaram.

É nesse momento de escassez que vemos o quão sozinhos estamos quando estamos longe da casa do Pai.

 

Para piorar a situação do rapaz, já sem recursos financeiros, uma fome severa atingiu o país em quem se encontrava. Em dificuldades e precisando se alimentar, teve que se colocar a serviço de um cidadão do país. Esse cidadão o mandou aos seus campos para cuidar de porcos. A situação era tão crítica que desejava matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, pois ninguém lhe dava nada.

 

Pelo contexto bíblico, os porcos são considerados animais impuros. Note que esse filho precisou se sujeitar a esse trabalho de cuidar desses animais. A fome dele é tamanha que a vontade que tem é de comer o mesmo que é oferecido aos porcos.

 

No momento do desespero, no auge do sofrimento, cai em si. Ele diz a si mesmo: “Quantos empregados de meu têm fartura de pão, enquanto eu estou aqui morrendo de fome! Vou partir e voltar a casa do meu pai e lhe dizer - ‘Pai, pequei contra o céu e contra o senhor. Não sou mais digno de ser chamado seu filho. Trate-me como um dos seus empregados’. Ele se levanta e retorna a casa de seu pai.

 

Como você reagiria se fosse um dos personagens? No lugar do pai, seria rígido, inflexível, puniria com severidade a seu filho? E no lugar do filho? Você voltaria, mesmo arrependido de sua atitude?

 

O retorno

Jesus continua a parábola, pormenorizando os sentimentos e a atitude do pai. Em Lucas 15:20, nosso amado instrutor Jesus, relata como o pai recebeu seu filho. Quando o pai avistou o filho longe, teve comiseração. Então correu, abraçou-o e o beijou. Embora ciente da vida desregrada e promíscua que o filho manteve na terra distante, o pai lhe dá boas-vindas. A atitude do pai é uma atitude acolhedora.

 

Mostrando discernimento ao compreender que a feição de tristeza e sofrimento de seu filho é sinal de arrependimento, provavelmente o pai conclui que o filho demonstra arrependimento. Essa iniciativa amorosa de cumprimentá-lo torna mais fácil ao filho confessar os seus pecados e admitir seus erros. Arrependido, o filho admite que pecou contra o céu e contra o pai e por isso se sentia indigno de ser chamado de “filho”. Quantos de nós, afastados da casa do Pai Celestial, que estamos pelo mundo, em terras distantes e alheias dos princípios divinos, não nos sentimos indignos e temos vergonha da vida desencaminhada que tomamos? Mas Jeová, como a um pai amoroso e preocupado, acolhe ternamente a seus filhos arrependidos que retornam à sua casa e buscam Seu alento.

 

Jesus continua a parábola e narra que o pai ordena aos servos que vistam a seu filho, calcem-no e ponham um anel em seu dedo. Também pede que abatam um bezerro gordo, pois deseja comemorar, festejar o retorno de seu filho. Imagine a alegria de Jeová ao saber que uma ovelhinha Sua, desgarrada do rebanho, retorna à Sua casa.

 

Lembra-se que o pai da história tem dois filhos? Onde se encontra o mais velho?

 

O mais velho estava no campo. Ao voltar para casa, à medida que se aproximava, ouviu o som de música e dança. Curioso para saber do que se tratava, chamou um dos servos e o indagou sobre o que se passava. A resposta do servo sobre a atitude de seu pai de receber o irmão de volta, vesti-lo e abater um bezerro gordo o enfureceu. Por causa dessa informação, recusou-se a entrar.

 

Nenhum pai se alegra ao ver contendas em seu lar ou desavenças entre seus filhos. Conforme a parábola, o pai suplica ao filho mais velho para que entre. O filho lhe responde que sempre trabalhou qual a um escravo, que nunca o desobedeceu. O filho mais velho continua e alega que nunca recebeu nem um cabrito para abater e festejar com seus amigos. Conclui dizendo: “Mas assim que chegou esse seu filho, que esbanjou os bens do senhor com as prostitutas, o senhor abateu o bezerro gordo para ele”. (Lucas 15:30)

 

Uma das razões de Jesus usar a ilustração foram as críticas que o grande instrutor recebeu, na época, dos escribas e fariseus. Jesus fora criticado por ter compaixão e dar atenção às pessoas comuns e aos pecadores.Jesus finaliza sua ilustração ao narrar a resposta do pai ao filho mais velho.

 

Podemos verificar a resposta no evangelho de Lucas no capítulo 15, versículos 31 e 32: “Meu filho, você sempre esteve comigo e todas as minhas coisas são suas. Mas nós simplesmente tivemos de festejar e nos alegrar, porque seu irmão estava morto e voltou a viver, estava perdido e foi achado”.

 

O que podemos aprender sobre a parábola do Filho Pródigo?

 

Que lições valiosas podemos tirar dessa linda ilustração?

 

A primeira é em permanecermos em segurança entre o povo de Deus, sob as leis e os cuidados do nosso Amado e Zeloso Pai Celestial, não buscando nos aventurar, em busca de prazeres vãos em terras distantes, conforme descrito na parábola.

 

A segunda lição é caso nos desviemos, termos a humildade de voltarmos ao nosso Pai Celestial Jeová, recuperando, assim, o Seu favor.

 

Ainda há um ponto a ser considerado. Perceba a contraposição de atitudes ao compararmos a atitude receptiva, perdoadora e acolhedora do pai e a animosidade do irmão mais velho. Não sejamos como os escribas que julgavam a Jesus por se preocupar com as pessoas simples. Se você frequenta a Casa do Pai Celestial, nunca se desviou, sempre se manteve fiel, receba aqueles que retornam arrependidos. Apoie quem “estava morto e volta a viver” no meio cristão. E você que se desviou, arrependa-se, pois ainda há tempo e busque ajuda e consolo entre seus irmãos espirituais. Irmãos de fé apoiam-se mutualmente. A Casa do Pai Celestial é o local físico de fortalecimento da fé, no qual os irmãos se reúnem para ouvir a Palavra e revigorarem-se uns aos outros.

 

“Seja bem-vindo, meu filho!”

Somos falhos, porque somos pecadores. Isso é um fato. Em algum momento da vida, podemos nos afastar dos desígnios de Deus e irmos para o mundo de Satanás. Depois de algum tempo, ao percebemos a brutal diferença entre a vida com Deus e a vida no sistema de coisas de Satanás, muitos de nós caem na real. Retornar à Casa de Jeová é difícil e tempestuosa. Mas Jeová sente compaixão dos Seus filhos arrependidos, que humildemente voltam ao caminho reto e são recebidas de braços abertos pelo nosso Pai perdoador. Isaías 44:22 diz: “Apagarei as suas transgressões como que cobrindo-as com uma nuvem. E os seus pecados como que com uma densa nuvem. Volte para mim, e vou resgatá-lo”. Primeira Pedro 2: 25 completa o texto de Isaías: “Porque vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora voltaram para o pastor e superintendente das suas almas”.

 

Jeová deseja que seus filhos perdidos voltem à sua casa. Mesmo o regresso sendo delicado e constrangedor, vale a pena voltar. Lucas 15: 7 exprime claramente a alegria nos céus quando alguém retorna à casa do Pai.

 

Acolha o arrependido e o ajude a perseverar. Se Jeová se alegra com o retorno de sua ovelha desgarrada, devemos imitar o seu exemplo. Eclesiastes exorta: “Não seja justo demais nem excessivamente sábio. Por que deveria causar ruína a si mesmo?”

 

Uma ovelha perdida não pode ser vista como um caso perdido. Mesmo que uns se afastem, que uns decidam nunca mais retornar, não devemos julgar. Apenas manter a esperança de que voltem. E muitos voltam! Por isso a importância de recepcioná-los em algumas circunstâncias e ampará-los em outras.

 

Espero que continue no caminho do Criador, não se afastando de seus princípios. Você que se afastou, retorne, pois Deus o aguarda. Vamos continuar pedindo sabedoria, perspicácia, compreensão correta da Palavra. Aplique o que aprendeu com as lições de Jesus, nosso estimado instrutor e imite tanto a Jeová quanto a Cristo, nosso Salvador.

 

Meu querido irmão de fé, que o Espírito Santo nos guie no caminho reto de Jeová, abençoe-nos, ilumine-nos e não permita que caiamos nas artimanhas do inimigo de Deus. Lutemos e não cedamos a tentação do pecado e as futilidades do mundo, embora muitas vezes pareçam agradáveis e inofensivas. Nem tudo o que reluz é ouro e uma vez que cedamos, podemos ingressar em um caminho sem volta.

 

Lembremo-nos sempre que a fé seja nossa guia, que nossa conduta seja irrepreensível e que andemos no amor e pelo amor ao nosso Criador.

 

Ah! Não esqueça de ler a Bíblia.

 

É o que peço em nome do Seu amado filho, Jesus Cristo.

 

Fé, conduta e amor, meus irmãos.

 

Amém.

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04/04/2023

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